; Na cilada - Como resolver problemas na bike em uma emergência? Na cilada - Como resolver problemas na bike em uma emergência?
« Voltar

Na cilada – Como resolver problemas na bike em uma emergência?

11 dezembro, 2024

Quebrou a corrente? Furou o pneu e está sem câmara? O cabo do câmbio arrebentou? Não se preocupe, você ainda pode voltar para casa pedalando

Ser autossuficiente e realizar a manutenção correta da bicicleta é algo que todo ciclista deve ter em mente. No entanto, imprevistos acontecem: um pneu rasgado ou problemas mecânicos mais complexos, como um galho inesperado preso entre a roda e o câmbio, podem surgir durante a pedalada, causando danos ao sistema de troca de marcha, por exemplo.

 

Quando este tipo de coisa acontece, manter a calma, usar a criatividade e seguir as dicas deste guia pode significar a diferença entre voltar para casa pedalando ou empurrando a bicicleta.  

1 – Ande sempre preparado

Aqui no Blog da Oggi, você já conferiu um artigo com tudo o que você deve levar em qualquer pedalada, com os itens abaixo sendo o mínimo recomendado recomendados: 

 

1 – Multi tools “Allen” para bicicleta com chave de corrente – prefira marcas de qualidade.

2 – Bomba de mão pequena, para encher pneus de bicicleta.

3 – Câmara de ar reserva (leve duas se for pedalar na estrada ou trilha sem tubeless).

4 – Jogo de espátulas para retirar pneus de bicicleta.

5 – Kit com remendos para câmaras de ar.

6 – Powerlink compatível com sua corrente.

7 – Kit de reparos para tubeless.

Além disso, é sempre útil incluir na sua bagagem um pouco de fita adesiva e algumas braçadeiras de nylon, que podem ser verdadeiros salvadores em situações inesperadas. Por fim, nunca saia para pedalar sem companhia, sem um telefone para emergências e sempre leve um pouco de dinheiro.

2 – Quebra de cabo do câmbio

Com o desgaste, o cabo do câmbio da bicicleta pode se partir, o que faz com que a corrente caia para o pinhão menor, deixando a bicicleta na marcha mais pesada. Embora isso não impeça você de pedalar, subir qualquer inclinação mais acentuada se tornará muito difícil. Nesse caso, existem duas soluções relativamente simples.

Antes de mais nada, é fundamental retirar ou prender o restante do cabo e do conduíte do câmbio para evitar que se enrosquem em algum lugar e causem mais danos à bicicleta. Feito isso, você pode:

A – Aperte o parafuso limitador do câmbio

Todo câmbio mecânico possui parafusos de limite que controlam o quanto ele pode se mover para cima ou para baixo, evitando que a corrente caia para fora do cassete nos extremos. Muitas vezes, apertar o parafuso que limita o movimento do câmbio para baixo pode fazer com que ele suba alguns pinhões, o que pode ser o suficiente para você continuar pedalando, ainda que com certa dificuldade.

 

 B – Retire o cabo do câmbio e use-o como trava

1 – Solte o parafuso que prende o cabo no câmbio.

2 – Retire o cabo do câmbio do trocador.

3 – Passe o cabo por dentro do bujão de regulagem e puxe-o até o parafuso de fixação.

4 – Com a mão, empurre o câmbio até o pinhão desejado.

5 – Aperte o parafuso de fixação do cabo, travando o câmbio naquela posição.

 

C – E  se o cabo se partir no conector?

Caso isso aconteça, você pode usar uma solução semelhante à anterior, mas utilizando uma porca e um parafuso para prender o cabo no lugar, como na imagem abaixo, onde o ímã de roda do ciclocomputador foi usado para travar o cabo.

Dica: Antes de realizar este processo, vale a pena apertar ao máximo o bujão regulador do cabo do câmbio, pois o cabo tende a “escorregar” um pouco ao apertar o parafuso.

3 – Quebra de corrente

Quando a corrente se parte, a melhor solução é sempre ter em mãos um link de montagem compatível com ela ou um pino específico para montagem. Nestes casos, basta remover o link danificado e fechar a corrente com o link de montagem. Porém, se você não tiver um link, ainda é possível desmontar a corrente e usar seus próprios pinos para remontá-la.

Mas, nesses casos, é fundamental entender que a corrente ficará bastante delicada, pois os pinos fixos não foram projetados para serem desmontados e remontados – até mesmo por isso, é importante manter-se de olho no desgaste da corrente.

Para isso, use a chave de corrente para empurrar o pino quase até o fim, mas sem removê-lo completamente. Depois, encaixe o outro lado da corrente e, com cuidado, vire a chave para empurrar o pino de volta ao seu lugar.

Lembre-se de que, após a quebra, sua corrente ficará mais curta, por isso, evite usar os pinhões maiores do cassete. Além disso, pedale com calma e evite trocar as marchas, para não forçar a parte remendada da corrente.

4 – Câmbio ou gancheira quebrados

Lama, quedas, galhos, gancheira torta ou até mesmo uma regulagem incorreta podem danificar o câmbio da bicicleta. Em alguns casos, a solução mais simples é retirar o componente completamente. Após isso, será necessário encurtar a corrente da bicicleta para que ela funcione com apenas uma marcha.

Neste caso, o primeiro passo é identificar o pinhão que mais se alinha com a coroa da bicicleta. Para isso, observe a bike por cima e veja em qual pinhão o “chain line” fica mais reto. Normalmente, isso ocorre mais ou menos no meio do cassete.

Com o pinhão definido, corte a corrente no comprimento adequado, de modo que ela fique bem tensionada, mas sem exageros. Pedale com cautela, pois mesmo assim a corrente pode pular entre os pinhões, já que o cassete foi projetado para trabalhar com o câmbio servindo de guia.

5 – Pedivela espanada

Caso você estrague a rosca do parafuso que prende o pedal na pedivela, a melhor solução é retirar completamente o pedal e, com muito cuidado, rosqueá-lo até o fim, mas pelo lado de dentro da pedivela.

Por ser feito de aço, o eixo do pedal vai refazer a rosca do pedivela, que normalmente é feito de alumínio. Após concluir esse processo, basta retirar novamente o pedal e colocá-lo no lado correto. Não é preciso dizer que, neste caso, o pedivela está comprometida, e você deve pedalar com bastante cautela até chegar a um local seguro.

6 – Pneu rasgado

Seja o pneu tubeless ou com câmara, um rasgo grande na lateral provavelmente vai impedir que você consiga mantê-lo cheio, e nesses casos, a instalação de uma câmara reserva é necessária. Mesmo assim, é preciso reparar o rasgo antes de qualquer coisa. 

Nessas horas, a melhor solução é carregar um manchão no seu kit de emergência, que é um reparo que você coloca por dentro do pneu para cobrir o rasgo.

Caso você não tenha algo assim em mãos, muitas outras coisas podem ser utilizadas como manchão, incluindo uma simples embalagem de gel. Seja qual for o caso, o ideal é procurar um material flexivel, resistente e que não crie muitas rugas. Além disso, você não deve encher a câmara demais depois do reparo. Isso porque, além do risco de aumentar o rasgo, muita pressão pode gerar atrito entre a câmara e o manchão. Como ele não costuma ser perfeitamente liso, o risco de perfurações aumenta bastante.

7 – Pneu furado sem câmara reserva

Essa é uma situação bem chata, mas não impossível de resolver. Se você furar o pneu e não tiver uma câmara reserva, a solução é cortar a câmara ao meio, exatamente sobre o furo (você pode usar a coroa para fazer isso). Depois, basta dar um nó em cada extremidade e colocar a câmara novamente dentro do pneu.

Uma boa dica é deixar uma pequena “sobra” ao dar os nós, para depois dar um terceiro nó unindo as duas extremidades da câmara. Sim, ela vai ficar mais difícil de ser colocada e você vai sentir um “buraco” ao pedalar, mas isso ainda é melhor do que empurrar a bicicleta.

Outra solução, um pouco mais complicada, é encher o pneu com mato. Porém, vale um alerta: apesar de parecer simples, encher um pneu com vegetação até conseguir pedalar dá bastante trabalho.

Se sua bicicleta tiver rodas 27.5”, é possível dobrar uma câmara 29 para dentro dela mesma, como mostra a imagem acima, e usá-la na roda de menor diâmetro. Em todos os casos, é importante lembrar de colocar pouco ar no pneu e pedalar com cautela.

8 – Perdeu o parafuso do taco da sapatilha

Caso isso aconteça, você pode utilizar um dos 6 parafusos que seguram o rotor do disco do freio no lugar como um substituto. Simples e rápido, desde que você tenha um canivete equipado com a chave adequada, que costuma ser uma Torx T25.

9 – Sem espátulas para tirar o pneu

Caso você precise desmontar um pneu sem um bom jogo de espátulas, o primeiro passo é mover os dois talões para o centro do aro, o que facilitará muito o processo. No entanto, se a montagem for sem câmara, isso pode significar que você terá que remontar o pneu com uma câmara de ar, já que pode ser difícil encaixar os talões novamente apenas com uma bomba de mão.

Outra dica é usar a blocagem da roda ou o selim como uma espátula para ajudar a retirar o pneu. No entanto, tenha muito cuidado ao usar chaves de fenda ou outros objetos de metal, pois além de danificar a roda, você corre o risco de furar a câmara de ar ou até mesmo a fita de aro.

10 – Polia do câmbio solta

Caso o parafuso que prende a polia do câmbio se solte, muitas vezes encontrar a polia perdida no chão é bem mais fácil do que encontrar o parafuso. Caso isso aconteça, é possível prender a polia com um pedaço de arame, certificando-se que ele fique preso dos dois lados, segurando a polia em seu lugar.

Logicamente, o câmbio não vai funcionar corretamente, e o melhor a se fazer é encontrar uma marcha em que a corrente fique estável.

Aqui vai outra dica importante: se você perder o parafuso da polia superior do câmbio, que fica mais perto do cassete, o melhor é retirar o parafuso da polia inferior e transferi-lo para cima. Depois, encontre uma forma de manter a polia inferior no lugar, já que sua posição é menos crítica para o funcionamento adequado do câmbio.

11 – Mantenha a calma e seja criativo

Com certeza, não entrar em pânico e usar sua criatividade são as dicas mais importantes deste guia. Por isso, em caso de problemas, respire fundo, tome um gole de água, coma alguma coisa e analise a situação com calma. 

Por isso, ande sempre bem equipado e nos vemos nos pedais!

🙂

 

Últimos posts